O mundo está doente…
Fazendo uma retrospectiva de 2015, nada pessimista, acreditem, senti que a humanidade precisa de ajuda. Nela incluo a minha alma, que muitas vezes vaga sem rumo, sendo simplesmente arrastada.
São dores incuráveis, vazios impreenchíveis, descrenças, corações cansados que desistem da mais bela das batalhas da vida: o amor. E ainda há quem acredite no amor?
Tantas aflições, conflitos, atritos, idas e vindas, chegadas e partidas… Quando o que mais queremos é um encontro de corpos e espíritos, a sublime arte da entrega, o ponto final, aquele lugar para fazer morada, morada fixa, não uma mera passagem por um hotel, mesmo que seja trinta estrelas. O belo reside na simplicidade. Uma geração sofrida, cheia de frustrações, arrependimentos, medos, tolhida, reprimida…
Uma geração proibida de viver, obrigada a seguir padrões, e caso não os siga, fadada ao ostracismo, ao fracasso e ao isolamento, tudo por não ter o direito de ser diferente, de lutar por sonhos que não estão prescritos em códigos e nem na bíblia.
Somos a geração que mata em nome de Deus! Existe discrepância maior?! Acredito que Ele, do alto da sua divindade clama por tolerância. A fragmentação das religiões causou a desunião de nações, é como se a história da bíblia se repetisse. Tantas religiões e um único Deus!!!
Os corações dilacerados pelos mais diversos e contraditórios motivos. Mães que perderam filhos prematuramente, mulheres que abortaram deliberadamente, gente louca pra casar e constituir família, casais clamando por divórcio e mantendo o insustentável em nome dos filhos e das finanças, aquele amor mal resolvido, e até mesmo aquele que foi finalizado bem resolvido (será que existe isso? Acho que todo término tem que ser uma guerra, do contrário, não foi amor), realização afetiva e ruína profissional, gente lutando para livrar-se de vícios, e uma multidão iniciando um caminho de dependências.
Uma época que me faz lembrar das sábias palavras de Cazuza: “Meus heróis morreram de overdose e meus inimigos estão no poder…” Os honestos deixaram de ser admirados, e aquela antiga frase de que o dinheiro não compra tudo, caiu por terra. O dinheiro compra TUDO, só não compra gente decente, mas elas estão em extinção, mais raras que mico leão dourado e cavalo marinho! Não importa a origem do dinheiro, na maioria das vezes ela é suja, vem da sonegação, do desfalque, da propina… E não me venham com aquele discurso fajuto: “O roubo do ladrão de arma em pulso é diferente da negociata realizada por algum dos membros dos nossos três “respeitáveis” Poderes”. Que conclusão mais ordinária! Eu vejo uma única diferença, aquele assalto isolado é fruto do desvio dos mestres do colarinho branco que são os responsáveis pela desordem coletiva.
Eu queria ressuscitar idealizadores. Não tenho esse poder, mas escolheria, Sobral Pinto. Que falta o velhinho do chapéu e da mala preta nos faz! Ele se foi e levou seus valores e princípios.
Assistimos paralisados o crescimento de Bolsonaro. Atribuo essa ascensão a falta de grandes líderes. Não estamos carentes só de amor!
Creio que o caos nos faz crescer e presumo mudanças em 2016. E só de lembrar que essa esculhambação institucionalizada se deve a impunidade, ao nosso “jeitinho”brasileiro… Que esse ano seja um ano de lutas, não sangrentas e nem armadas, mas marcada por batalhas legítimas, por ideais, sonhos e paixões. Que consigamos curar nossas angústias com menos tarja preta e que encontremos a “fórmula do amor”. Eu estou no meu laboratório pessoal tentando essa descoberta. Tentemos juntos, por favor!!
*“Crônicas da Bruna Breck” é uma novidade no blog. Bruna irá falar sobre relacionamentos, política e situações corriqueiras que muitas vezes são tratadas com tabu, como sexo, traição, mas sempre de forma suave e sem agressões. Aguardem!