Comemoramos hoje, 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher! Ganhamos flores no trabalho e recebemos salários inferiores aos dos homens, nos parabenizam nas ruas e nos insultam com cantadas agressivas, as lojas nos enviam mensagens e insistem em expor nossos corpos para obterem lucros, postam tantas homenagens nas redes sociais e ainda somos violentas, abusadas, assediadas e descartadas.
A história nos comprova que as nossas batalhas não são em castelos, com príncipes encantados e nem em cenários cor de rosa. Nosso caminho é marcado por suor, lágrimas e sangue! Transformamos do nada o todo, em meio a tanta dor! Queremos um acerto de contas com o passado e esse enfrentamento é inevitável.
Por trás das nossas lutas encontramos mulheres fortes, que tiveram a coragem de transgredir e ousar, mulheres que traçaram seus próprios destinos e enfrentaram preconceitos em nome de ideais. Todas nós carregamos: a bravura da Joana D’arc; o ímpeto revolucionário da Rainha Vitória; o heroísmo da Anita Garibaldi; a humanidade da Princesa Isabel; a santidade da Madre Teresa de Calcutá; o pulso forte da Margaret Tatcher; a audácia da Eva Perón; o feminismo da Simone de Beauvoir; a genialidade da Frida Kahlo; e várias outras que tornaram nossas vidas mais fáceis nos dias atuais. Um salve!
O que nós vamos deixar para as próximas gerações? O que conquistamos atualmente? Será que minhas netas agradecerão as mulheres frutas pela conquista do direito de rebolar até o chão? Ou agradecerão as musas fitness pelo direito de ter gordura zero no corpo? Ou as profissionais do golpe da barriga e do baú? Acho melhor pegarmos a maldita música da metralhadora e resolvermos tudo com o trá -trá -trá, sinceramente, não está nada tranquilo, nada favorável!
A rotina feminina é praticamente um regime militar: cuidamos da casa e dos filhos, trabalhamos e ajudamos nas despesas do lar, temos que ser a melhor filha, irmã e amiga, e a sociedade ainda nos impõe um padrão de beleza inalcançável, tudo isso tem que caber num manequim 36 e num salto alto, com uma voz meiga e uma gargalhada contida. Ah, sem esquecer que temos que dominar o “Kama Sutra” sem ser vulgar!
Estamos vivendo uma época de muitos avanços em relação à consciência da luta pela igualdade de gênero, mas o machismo impera, soberano e inabalável. Não sou adepta do discurso feminista e da queima dos sutiãs! Sou uma mulher que não busca supremacia, não almejo estar acima dos homens, quero o meu direito de andar ao lado e ser a dona da minha vida e do meu corpo.
“E tem mais, mulher não tem que se dar ao respeito, esse direito já é dela… E mulher pode tudo, pode o que quiser, se tem uma coisa que mulher pode é poder”.
*“Crônicas da Bruna Breck” é um espaço no blog onde Bruna Breckenfield fala de relacionamentos, política e situações corriqueiras que muitas vezes são tratadas com tabu, como sexo e traição, mas sempre de forma suave e sem agressões. Acompanhem aqui!