Conhecemos inúmeros relatos ou já vivenciamos términos de relações entre pessoas que ainda se amavam… É quando constatamos que “só” o amor não é suficiente. O contexto que envolve os relacionamentos é amplo e exige uma multiplicidade de vertentes que se comuniquem harmonicamente.
Aquele famoso “alguém tem que ceder” é bonitinho e parece altruísta e inofensivo, todavia, não nos enganemos, essa conta um dia chega, com juros e correção, e somos nós que fazemos essa autocobrança. Abrimos mão de quem somos para manutenção de vínculos estáveis e repentinamente nos encontramos perdidos e sem identidade. “Quem eu sou?” “Em qual lugar abandonei minha autonomia?”
Prepare-se para um momento de extrema crise existencial e insatisfação pessoal. É naquele instante em que você se depare ao lado de quem ama, porém, levando uma vida que não programou, com projetos e uma rotina que não desejou. Na vida, mesmo nos labirintos, só existem dois caminhos e ninguém pode trilhar ambos concomitantemente. Há a necessidade da decisão e ela é dolorida e resulta em consequências.
Não adianta viver uma história de amor e sentir-se acorrentado, a tristeza vai bater a porta e a melancolia vai corroer a alma. Algumas pessoas entregam seus direitos da personalidade ao companheiro e aceitam a anulação, tudo em nome do amor. Já os audaciosos e os mais inquietos buscam a plena realização, lutam pela felicidade acima de tudo, jogam tudo para os alto em nome de sonhos que estão imbuídos no íntimo, sonhos que algumas vezes adormecem, porém acordam, e se não forem materializados, transformam-se em pesadelos eternos.
Amar alguém e encontrar-se numa gaiola que não foi desejada é a certeza de aflição, angústia e muito tormento. Talvez seja a tristeza dos amores maduros, abandona-se o amor utópico da temporada das rosas e enxerga o amor com a responsabilidade das grandes decisões.
Eu te amo, mas preciso ir embora, ou eu te amo, mas fico ao seu lado com o meu descontentamento?! Eu bem sei, é duro, no entanto alguns romances foram feitos para serem transitórios e nem sempre findamos nossas vidas ao lado do nosso grande amor, mas de um amor que se enquadre no que somos.
*“Crônicas da Bruna Breck” é um espaço no blog onde Bruna Breckenfield fala de relacionamentos, política e situações corriqueiras que muitas vezes são tratadas com tabu, como sexo e traição, mas sempre de forma suave e sem agressões. Acompanhem aqui!