Em constante transformação, Débora Gil Pantaleão utiliza a palavra como ferramenta de expressão de suas próprias angústias. Seja através de poemas, como é o caso de “Se eu tivesse alma”, ou na novela “Causa morte”, a linguagem e suas experimentações ficam evidentes a cada verso ou período. Esses dois livros serão republicados com a ajuda de seus leitores e pessoas interessadas em seu trabalho através de campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse.
Para contribuir com a campanha, que vai até o dia 5 de maio de 2019, é preciso acessar o endereço oficial no Catarse (https://www.catarse.me/seeutivessealma_e_causamorte). Os valores vão de R$ 10 até R$ 275 para pessoas físicas e R$ 800 para empresas que queiram incentivar Débora na tarefa de se republicar. O valor total da meta de arrecadação é de R$ 7,931 mil. Dentre as recompensas, há desde marcadores de páginas, prints das capas e dedicatórias até um curso online, com vagas limitadas, com a autora, sobre criação literária.
Além de escritora, Débora Gil também tem sua própria editora, a Escaleras. O foco principal é a autoria feminina, embora a editora já tenha publicado livros de autores também, sempre com o propósito de não apenas aceitar ou rejeitar projetos, mas buscando apontar caminhos para os escritores. Até o início de 2019, a Escaleras já lançou 17 livros, de autores de estados como Paraná, Paraíba e Pará, sendo o primeiro deles “Histórias Nada Sérias”, da premiada escritora Maria Valéria Rezende.
Com o dinheiro arrecadado pela campanha, Débora republicará dois livros. “Se eu tivesse alma” é uma coletânea com 40 poemas, o primeiro da autora, lançado em 2015. Já “Causa morte” é uma novela com 13 capítulos, com títulos baseados em expressões populares. A história se passa na cidade portuária de Cabedelo, na Paraíba, e faz uma espécie de paródia de personagens da história da literatura que se viam fascinados pela ideia da infinitude, ou seja, de viver para sempre. Aqui, o protagonista não quer continuar vivo e apresenta motivos como preconceito e repressão religiosa para tal. O livro foi a primeira prosa de Débora Gil, lançado em 2017.
Quem é ela?
Débora Gil Pantaleão (João Pessoa/PB – 1989) é vegana, feminista e editora na Escaleras. Graduada, mestre e doutoranda em letras, é também especialista em psicanálise. Publicou livros de prosa – Causa morte (novela – 2017) e Nem uma vez uma voz humana (contos – 2017) – e de poesia, Se eu tivesse alma (2015), Vão remédio para tanta mágoa (2017), Sozinha no cais deserto (2018) e objeto ar (2018). É coeditora da revista independente Malembe.