Marianna Chaves é apaixonada por animais e por isso batemos um papo com ela pra saber mais sobre os seus bichinhos, os cuidados diários e como começou a criá-los. “Tenho 5 cachorros: Maria Antônia (Yorkshire), Frederico Augusto (Schnauzer), Pipa (vira-lata, mistura de Schnauzer e Poodle), Filipe Augusto (Vira-lata, mistura de Chihuahua e Pinscher) e JJ (filho de Fred e Pipa) e 8 gatos (6 na casa da minha mãe e 2 na minha casa em Portugal), além de 40 outros gatos que cuidamos em uma outra casa.
Como começou a criar animais:
Não tenho lembranças da minha vida sem bichos. Tenho fotos minhas aprendendo a andar me segurando nos cachorros da casa da minha avó, no Rio de Janeiro. Lá sempre tivemos muitos animais. Muitos cachorros e gatos, mas em certa época também tínhamos uma porca chamada Florinda, que foi um leitão de Natal que ganhamos e obviamente não comemos. Ela viveu muitos anos e, inclusive, foi estrela de uma novela da Globo chamada Bebê à Bordo. Era o bicho de estimação do personagem do Tony Ramos e se chamava Inflação na novela. Também havia um macaco chamado Horácio e um cavalo chamado João. Aqui em João Pessoa, meu primeiro cachorro foi um Pequinês chamado Nick que peguei na rua quando tinha 4 ou 5 anos, depois tive uma Cocker Spaniel Inglês e um Pastor Alemão. Com uns 10 anos peguei o meu primeiro gato na rua. Quando mudamos para apartamento em 1996 passei um tempo sem cachorro, mas nunca fiquei sem animais. Brinco que a minha vida hoje implica em muito isolamento e que por isso consigo viver sem gente ao meu redor, mas sem bichos não. Em 2004 ganhei a Maria Antônia de presente de aniversário de uma amiga e foi quando começamos a nossa matilha atual. Depois dela veio o Fred. Em 2006 mudei para Portugal e até 2008 fiquei sem bichos lá. Naquele ano, uma amiga pegou duas gatinhas na Quinta do pai dela no Alentejo e me deu a Bruna e a Marie. Foram as minhas grandes companheiras durante a escrita da minha dissertação de mestrado. Depois vieram a Pipa, em 2011, e o Filipe (que adotei lá em Portugal em 2012 e viaja comigo para onde vou). Esse ano Pipa engravidou do Fred e teve o Theo, a Júlia e o JJ. Os dois primeiros foram adotados e ficamos com o JJ. Em resumo, o amor pelos animais faz parte da minha vida desde sempre. Nasceu comigo e tenho certeza de que morrerá comigo. Não consigo viver sem eles. É o amor mais desinteressado que podemos experimentar na vida. Eles são anjos que só nos dão alegria. Tristeza só nos dão um dia: no dia em que partem.
Sobre os cuidados básicos que precisamos ter:
O primeiro grande cuidado que precisamos ter é com a saúde do animal, desde que ele nasce, é comprado ou adotado. Não adianta você encher o bicho de mimo se você não cuida da saúde dele. É como uma criança que não sabe falar o que tá se passando e depende de você para tudo. Cuidar das vacinas é essencial. Qualquer mudança no bicho ou problema, tem que ir no veterinário ou pedir que ele vá à sua casa. Bicho doente, como pessoa doente, não pode esperar. Por isso é preciso tanta responsabilidade quando se decide ter um animal. Também é preciso cuidado quanto à prevenção de carrapatos e pulgas, principalmente aqui em João Pessoa, cuja humidade e calor ajudam na proliferação dos carrapatos. Quanto à higiene, é preciso que se mantenha o lugar onde os animais estão sempre limpos. Aqui em casa, eles circulam por todos os lados, então vez por outra tem um pipi fora do lugar. Cachorros são mais trabalhosos que os gatos. Os gatos fazem todas as necessidades em uma caixa com areia higiênica, então é só limpar a areia que fica tudo certo. Os cachorros normalmente fazem as necessidades quando vão passear, mas algumas vezes terminam fazendo em casa. Existe hoje em dia uma linha especial de desinfetantes e produtos de limpeza para cuidar da sujeira de pets, o que é interessante para não deixar cheiro. Também há tapetinhos higiênicos que você pode espalhar pela casa e uns vêm até com adesivo para você deixar mais alto, já que os machos levantam a perninha e fazem o pipi em quinas. Banho e tosa (dependendo da raça) também é necessário, principalmente no verão. Os passeios são importantes não apenas para educar o animal onde fazer as necessidades, mas para cuidar da saúde dele. Animal que não faz exercício fica gordo e doente. Quanto ao resto, o animal não requer muita coisa. Uma ração de boa qualidade e água fresca, já satisfazem o bichinho. Obviamente dou agradinhos aos meus. Normalmente ossinhos e palitinhos que eles adoram. O Filipe ama cenouras baby e frutas, em especial maçã e pera. Temos que ter muito cuidado quando vamos dar alguma coisa que não seja ração ao bicho, porque certos alimentos que para nós são comuns como chocolate e cebola podem fazer muito mal ao seu animal, então é bom sempre se informar antes de dar qualquer petisco humano ao pet.
Dicas para quem deseja ter um cachorro em casa:
Bicho não é brinquedo. Não é algo que compramos numa loja e depois de uma semana enjoamos e podemos jogar fora ou enfiar num fundo de gaveta. Bicho dá trabalho e custa caro (não apenas para comprar, mas para mantê-lo depois). Não dá para fazer “test-drive” com o animal e se não gostar ir lá devolver. Lembro-me de uma vez ter ido ao petshop pegar Maria Antônia no banho e ver um sujeito devolvendo uma cachorrinha Lhasa-Apso pela 3a vez porque ela chorava e sujeira no chão. Ela era super filhotinha ainda e, claro, ainda estava sofrendo por ter sido separada da mãe e do resto da ninhada, além de não ter tido tempo de aprender onde fazer as necessidades. Tive que me manifestar e convencer o homem de que ele não estava preparado para ter um bicho. Como fiquei com pena da cadela já ter sido rejeitada tantas vezes, a comprei e dei a uma pessoa que sabia que cuidaria. É importante encarar a adoção de um animal com muita responsabilidade, como quem adota um filho. Com ele virá muito amor, muita alegria, mas também muda a vida da gente porque eles, em especial os cachorros, dependem de nós para tudo. Você tem que pensar em cada detalhe: quem cuidará da limpeza, quem dará a comida e fará os passeios se você passa o dia fora de casa, quem ficará com o bicho quando você precisar viajar a trabalho ou de férias. É importante pensar nisso tudo porque ficamos todos derretidos quando vemos um filhotinho fofo, mas depois muita gente começa a ver o bicho como um estorvo quando ele começa a atrapalhar as saídas noturnas (se não for acostumado a ficar só), as viagens, etc. Há também quem se enfureça com os gastos que o bicho dá. Ele vai custar muito caro, mesmo se for adotado. Tem ração, tem veterinário, tem remédio, tem exames, tem passeador e hotelzinho, se for o caso. É, literalmente, um filho também nesse quesito. Não dá para ter um animal e querer descartar quando ele ficar mais velho e começar a ficar doente. Sim, porque eles são filhotinhos lindos e fofos que, como nós, também vão envelhecer, adoecer e morrer. Portanto é preciso ponderar e pensar muito antes de adotar um bicho. Se depois de analisar todos esses fatores a vontade de ter um animal permanecer, se prepare para uma das mais felizes e gostosas experiências da sua vida! Eles são puro amor! De preferência, adote um. Existem inúmeros animais, de todas as raças e tamanhos esperando para serem adotados. A adoção de animais é uma forma maravilhosa de exercermos a nossa caridade e a nossa solidariedade.
