Nesta quinta (30), foi lançado LIVRE, single da cantora e compositora Amanda Mittz, que abre as portas por seu esperado disco – ACESSO- (Natura Musical). A música pop, com influência new wave, traz como temática a descoberta de ser quem é, e se empoderar disso. Produtora musical e também pesquisadora de acessibilidade cultural, Amanda é PCD (abreviatura para Pessoa com Deficiência). O single propõe uma experiência sensorial e que pessoas que não tenham deficiência, também compreendam que você pode vivenciar a música profundamente, mesmo sem algum dos sentidos. O disco ACESSO, será lançado logo em seguida, no dia 14 de outubro, também o patrocínio de Natura Musical.
“Setembro é um mês importante pra luta da Pessoa Com Deficiência, e eu quis antecipar essa música para o dia 30/09, por toda a simbologia que o mês trás pra nossa luta, uma forma de gritar pro mercado que eles precisam nos respeitar, nos sentir e abrir espaço pra nossa arte” pontua Amanda.
LIVRE traz um toque dos anos 80, com inspiração na banda A-ha e no cantor The Weeknd como referência musical, sendo um pop dançante, com uma mistura de elementos eletrônicos com instrumentos orgânicos. Os arranjos foram feitos em várias camadas sonoras para que, na hora da mixagem, fosse possível explorar bastante os planos sonoros, pensando justamente na experiência que uma pessoa com deficiência visual teria ao entrar em contato com a música.
Amanda Mittz é uma pessoa com deficiência visual e, desde que passou a superar seus limites, fez desse movimento sua principal bandeira, trazendo a acessibilidade como linguagem, que vai além da básica legenda e janela de libras. “Em 2015 eu já tinha perdido a visão do olho esquerdo e tive que passar por uma cirurgia no olho direito. A recuperação demorou um ano e, durante esse tempo, eu enxerguei muito pouco. Nesse período, eu percebi que a maioria dos conteúdos de música (shows, vídeos clipes, redes sociais de artistas) não eram acessíveis a pessoas com deficiência. Vi ali uma oportunidade de falar sobre esse assunto que é tão importante – o acesso à música. Além de ser um direito previsto em lei, acredito que é uma questão de direito humano. O acesso à arte é um direito de todos, então a partir disso tornei essa a minha bandeira.”, explica.
FICHA TÉCNICA “LIVRE”:
Composição: Amanda Mittz, Dani Aguiar e VEIGA
Produção musical: André Valle, Aurélio Kauffmann e Felipe Cambraia. Pássaro Hippie
Mixagem e masterização: Aurélio Kauffmann
Teclados: Victor Chicri, André Valle e Amanda Mittz
Bateria: Dede Silva
Baixo: Felipe Cambraia
Guitarra: André Valle
Sobre AMANDA MITTZ e o disco ACESSO.
Com apoio do Edital Natura Musical 2020, Acesso é o primeiro álbum da cantora e compositora Amanda Mittz e será lançado no dia 14/10. Gravado durante a pandemia, em clima de isolamento social, no estúdio que fica dentro do Parque da Pedra Branca (Rio de Janeiro), o disco traz o “Pop Acessível” de Amanda vai além da acessibilidade convencional e protocolar, trazendo a acessibilidade também como vivência artística e imersiva. Com um processo de composição bem íntimo, baseado em suas experiências como PCD, o álbum tem a maioria de suas músicas partindo do lugar da necessidade de se ver e sentir o outro através de suas limitações. “Durante a produção do álbum eu passei um período com depressão, mas, ao mesmo tempo, tinha um desejo muito forte de me recuperar, de sair dessa situação. Esse sentimento pode ser claramente “visto” em todas as músicas.”, comenta Amanda
Acesso traz um pop dançante, algumas vezes reflexivo e com um toque de anos 80. O álbum é recheado de colaborações, como Gabriel Iglesias e VEIGA, que assinam as faixas Igual a Mim, Impasse, Pensou que Fosse fácil, Quanto me Vale e Sei. Já as músicas Se Você Quiser e Livre são assinadas pelo trio Pássaro Hippie, composto por Aurelio Kauffmann, André Valle e Felipe Cambraia, vencedores do Grammy Latino e que trabalham com artistas como Milton Nascimento, Nando Reis e Fernanda Abreu. Por fim, a ousada “Sobreviver” foi uma parceria entre Amanda e o produtor paulistano Ivan Batucada.
O primeiro single lançado em 2020, “Igual a Mim”, é uma obra conceitual que abre as portas de Acesso com um clipe com muita representatividade. Teve a participação de dois dançarinos surdos, Catharine Moreira e Maycon Calasan que fizeram uma performance emocionante dando todo o sentido ao refrão “Eu te vejo igual a mim”.
O álbum conta a trajetória da cantora e sua busca por autoconhecimento. As canções “Impasse” e “Pensou que Fosse Fácil”, também lançadas em 2020, como singles, só reafirmam os caminhos que Amanda encontra para entender suas questões emocionais e as transmutar em arte pop contemporânea.
Há também a participação do cantor Romero Ferro na faixa “Se você quiser”, uma mistura de Recife com Santos, que nos leva ao auge das pistas dançantes dos anos 80.
Amanda chega na cena com uma nova proposta de “Pop acessível”, Assina como produtora geral e nos traz um trabalho consistente, onde a acessibilidade sai do lugar de recurso e é usada como arte junto da música pop. Ocupa um lugar que por tantos anos foi invisibilizado, declara através de Acesso que pessoas com deficiência são potências de realização e que só com equidade teremos um mundo mais igualitário.
“Eu tenho a esperança de que a consciência sobre acessibilidade está se difundindo entre as pessoas. De que quanto mais incluímos diversidade na nossa vida, mais valor é agregado a ela. Mas acredito também que as empresas e poder público exercem um papel fundamental, de promover ações e políticas públicas para incentivar essas iniciativas. Conta muito o desejo e o empenho dos artistas de produzirem seus conteúdos com acessibilidade, afinal de contas estamos falando de um quarto da população brasileira, mas só isso não basta. A lei brasileira de inclusão existe e se faz necessária uma fiscalização para que ela seja cumprida. Existem dados com números crescentes expressivos de marcas que passaram a incluir a diversidade como uma de suas pautas. Inclusão é bom pra todo mundo.”, finaliza Amanda.
O projeto Acesso, de Amanda Mittz, foi selecionado pelo programa Natura Musical, através do Edital 2020, ao lado de nomes como Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal, Kunumi MC, Rico Dalasam. Ao longo de 16 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 140 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Jards Macalé e Elza Soares.
“Natura Musical sempre acreditou na força da música para mobilizar as pessoas. Para refletir esse propósito e dar espaço à diferentes vozes, a plataforma apoia artistas, bandas e projetos de fomento à cena capazes de amplificar debates como a diversidade, a sustentabilidade e o impacto positivo na sociedade”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
Sobre Natura Musical
Natura Musical é a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 174,5 milhões no patrocínio de mais de 518 projetos – entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento às cenas e impacto social positivo. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do Natura Musical selecionou 43 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 300 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de lives, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos, agora digitalmente.